Rotação de culturas em propriedade rural paraibana impede desertificação e garante produção agroecológica

Numa propriedade de três hectares no município de Cacimba de Areia, a cliente do Banco do Nordeste Marizete Lima dos Santos utiliza um sistema agroecológico para produção de hortaliças, frutas e polpas. A rotação de culturas garante a boa condição do solo e dispensa o uso de adubos químicos, mantendo a produtividade. O sistema adotado pela cliente foi reconhecido neste mês de março pelo Prêmio BNB de Empreendedorismo Feminino e serve de exemplo como um empreendimento rural modelo que adota práticas que evitam o avanço da desertificação no semiárido.

Além disso, Marizete instalou em 2019 um sistema de minigeração de energia, utilizado para a irrigação das áreas produtivas e para a refrigeração e conservação das polpas de frutas. Com o marido e quatro filhos, a família produz alface, cebolinha, coentro, espinafre, rúcula, entre outros itens. A produção é comercializada na feira de agricultura familiar de Patos, às quintas-feiras e aos sábados.

O crédito adquirido por meio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) proporcionou o crescimento e a qualificação da produção. A cliente premiada explica que a opção pela rotação de culturas reduz a exaustão do solo. “Começamos esse sistema com as orientações que recebemos e não esperava por esse reconhecimento do Banco do Nordeste. O crédito também nos ajudou muito a organizar o nosso trabalho no sítio”, destaca.

 De acordo com o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), a Paraíba é um dos estados brasileiros com maior índice de desertificação em seu território. O gerente executivo do Banco do Nordeste, Keke Roseberg, ressalta as ações de sustentabilidade na propriedade e o acesso ao crédito como exemplos de integração da atividade rural.

 “Entre várias clientes analisadas e ações implementadas em suas atividades rurais, a cliente Marizete desempenha um trabalho exemplar em sua produção, com exemplo de produção de energia fotovoltaica, reaproveitamento de materiais para compostagem e a própria rotação da cultura, que evita a desertificação”, ressaltou.