Voltar Crédito do Banco do Nordeste para cacauicultura capixaba cresce e atinge R$ 2 milhões em 2022

Crédito do Banco do Nordeste para cacauicultura capixaba cresce e atinge R$ 2 milhões em 2022
Paralelamente ao crescimento do crédito para os agricultores, os últimos seis anos também representaram elevação no recebimento de cacau pelas indústrias do setor.
Crédito Linhares (ES), 30/03/2023

Produtores de cacau no Espírito Santo investiram, em 2022, cerca de R$ 2 milhões com recursos buscados do Banco do Nordeste. Os valores do último ano seguem um crescimento constante de demanda do setor por crédito que vem sendo registrado desde 2017, quando foram aplicados R$ 152,7 mil para a atividade no estado. Do valor total, R$ 335,7 mil foram destinados a agricultores familiares capixabas.

Em toda a área de atuação da instituição, que inclui também o Nordeste e parte de Minas Gerais, foram registrados R$ 76,8 milhões em recursos para a cacauicultura em 2022, a grande maioria do crédito para produtores baianos. Em seis anos, são 270% de aumento nos números gerais.

Paralelamente ao crescimento do crédito para os agricultores, os últimos seis anos também representaram elevação no recebimento de cacau pelas indústrias do setor. Segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), as empresas associadas receberam, em 2017, cerca de 150 mil toneladas de cacau para processamento. Em 2022, esse número superou 200 mil toneladas.

Segundo a presidente da AIPC, Anna Paula Losi, cerca de 90% a 95% da produção nacional é adquirida pela indústria de processamento. Por isso, houve, nos últimos anos, um trabalho das entidades representativas para estimular a utilização de crédito para financiar a produção nacional. “Estamos vendo aos poucos que o produtor está investindo para melhorar sua produção ou para fazer renovação das áreas”, afirma. Estimativas da associação apontam que a cadeia do cacau gera mais de 200 mil postos de trabalho no Brasil.

Outro estímulo importante ao setor foi a liquidação ou repactuação de 482 operações de crédito com produtores de cacau que tiveram prejuízo com a praga “vassoura de bruxa”. A liquidação dos contratos teve descontos de até 90%, a depender do porte do empreendimento. Já a repactuação implicou em bônus de até 50% nas parcelas. Esse benefício impactou na regularização de quase R$ 60 milhões em financiamento pelo Banco do Nordeste obedecendo o artigo 6º da Lei 14.166/21. A medida ajudou na revitalização e fortalecimento da cultura no país.

Mulheres do Cacau

O BNB está apoiando o projeto “Mulheres do cacau: tecnologia, autonomia e empoderamento feminino”, com R$ 450 mil, via edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci). A iniciativa visa realizar ações de acesso às tecnologias sustentáveis de produção, beneficiamento e processamento de amêndoas de cacau de qualidade e à assistência técnica e extensão rural para agricultoras familiares. 

Entre os objetivos da proposta estão ampliar a produtividade das lavouras cacaueiras conduzidas por mulheres, fortalecer a organização social e reduzir as desigualdades de gênero no campo. O projeto será desenvolvido pela Fundação de Desenvolvimento Agropecuário do Espírito Santo e executado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em Linhares, Rio Bananal e Colatina.
 

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