Banco do Nordeste defende ampliação do acesso dos pequenos negócios às finanças sustentáveis durante a COP30

O Banco do Nordeste defendeu a ampliação do acesso dos pequenos negócios às finanças sustentáveis durante o painel “Green Finance: conectando empreendedores à transição sustentável”, promovido pelo Sebrae Nacional, nesta terça-feira (11), na COP30, em Belém (PA). O debate reuniu representantes de instituições públicas e de fomento para discutir estratégias que permitam às micro e pequenas empresas participarem da economia verde de forma competitiva e inclusiva.

Mediado por Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae Nacional, o painel contou com a participação de Tiago Peroba (BNDES), Cristiane Viturino (ABDE), André Schelini (Sebrae/MT) e Kléber de Oliveira, gerente executivo do Ambiente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Nordeste.

Durante o encontro, Kléber destacou que a agenda global de descarbonização tem pressionado grandes empresas a adotar práticas mais sustentáveis, mas ainda há um desafio de difusão desse movimento entre os pequenos negócios.

“Existe uma pressão regulatória muito grande sobre grandes negócios, mas precisamos discutir a lacuna que ainda existe para as micro e pequenas empresas. É essencial levar informação e capacitação para que elas possam se engajar nessa cadeia de valor e se posicionar estrategicamente nessa jornada de sustentabilidade”, afirmou.

Kléber apresentou iniciativas do Banco do Nordeste voltadas à transição energética e à inclusão produtiva, como o FNE Sol, linha de crédito para geração própria de energia solar. O programa permite que empresas invistam em energia limpa, com parcelas mensais iguais ou inferiores às contas de energia convencionais. Os financiamentos têm prazos de até oito anos para pagamento, e os sistemas instalados têm vida útil de 20 a 30 anos. Desde 2023, o Banco já destinou cerca de R$ 330 milhões a micro e pequenos empreendedores por meio dessa linha, em 2,3 mil operações de crédito.

Ele também ressaltou o papel dos programas Crediamigo e Agroamigo, os maiores programas de microcrédito produtivo e orientado da América Latina, como ferramentas de inclusão econômica e fortalecimento do empreendedorismo sustentável.

“Ao apoiar quem está na base da economia, o Banco do Nordeste contribui para uma transição justa, que gera renda, amplia oportunidades e reduz desigualdades”, pontuou Kléber.

No último ano, os dois programas destinaram mais de R$ 20 bilhões a empreendedores urbanos e rurais.

O painel Green Finance integrou a programação do Sebrae Nacional na COP30, na Zona Verde do evento, no Parque da Cidade, em Belém. A iniciativa reforça a articulação entre instituições públicas e privadas na construção de um modelo econômicoinclusivo e sustentável para o país.